Certamente o apressado pregaria: "... mas o fardo de Cristo é leve e seu jullgo é suave..." (Mt 11: 30). Eu sei e concordo, mesmo porque estas foram as palavras do Senhor! Todavia, se não houvesse uma necessidade específica ele não o teria dito, não é mesmo? A bem da exegese e da boa interpretação, ele destinou estas palavras justamente aos discípulos disponibilizados a irem e pregarem o evangelho às cidades; e na ocasião, foram estes enviados como cordeiros para o meio de lobos; e não puderam levar bolsa, alforge, sandálias. Foram-lhes subtraídos os seus próprios projetos além de uma imposta condição drástica! Afinal isto é bom.
Além de tudo, nos últimos dias, fomos surpreendidos com sucessivas más notícias. Desde terça passada passamos um bom tempo com a Amanda no hospital, por conta do regresso da leucemia em seu sangue. Posteriormente fomos informados pelos médicos que ela não resistiria mais do que uma semana; realmente estavam certos. Sem defesa, ela veio a falecer na sexta pela manhã (com essas breves palavras, poupo-lhes dos detalhes da morte e do requinte de sofrimento).
Fomos presentes em todo tempo - o mínimo que deveríamos, desde o agravamento até o óbito, do velório ao enterro, e logo posteriormente fizemos - eu e a Jú - uma viagem com os pais dela, Eloísio e Luciana e agora o único do filho do casal, Daniel. Tivemos a humilde disposição de emprestá-los força. Como eu disse, fizemos muito pouco, só o mínimo!
À este respeito, quero compartilhar com vocês em apenas três pontos, algo muito especial (da parte do Espírito) que vim ministrar na ocasião do culto fúnebre:
* O Senhor nos prometeu que estaria conosco para sempre. Ele nos enviou o Consolador e que nós o veríamos; disse-nos que como Ele vive, nós também viveremos! (Jo 14: 16-19)
* Paulo nos disse pra não desanimarmos, pois mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a leve e mementânea tribulação produz eterno peso de glória; por isso, não atentamos para as coisas que se veêm e que são temporais, mas para as coisas que não se veêm, pois estas são eternas. Nossa casa terrestre será desfeita, porém temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos de homens, mas ETERNA, e NOS CÉUS! Aleluia! Por isso aspiramos ser revestidos da nossa HABITAÇÃO CELESTIAL! Gememos angustiados afim de sermos revestidos, para que o MORTAL seja ABSORVIDO PELA VIDA! (2 Co 4: 16 - 5: 4)
* Portanto busquemos as coisas lá do alto, onde Cristo vive. Pensemos nas coisas do alto, não nas que são terrenas; porque morremos e nossa vida está oculta em Cristo, em Deus. E quando Cristo que é a nossa vida, se manifestar, então nós também seremos manifestos com ele, em glória! (Cl 3: 1-4)
Me lembro do cãntico antigo:
Ó morte...
Onde está ó morte!
A tua vitória?
Jesus ressuscitou!
Ressuscitou! Ressuscitou! Ressuscitou!
Aleluia!
Isto é, fazendo eu uma breve recaptulação, dou-me conta que nesses "dias pesados", recebemos uma porção maravilhosa de amor! O Senhor nos revela a preciosíssima ETERNIDADE e sua incalculável superioridade comparada a esta vida brevemente passageira, bem como nos desvendando a REALIDADE CELESTIAL sobrepuljando a miséria terrena.
Fomos abençoados com uma porção de ETERNIDADE, num momento em que estamos angustiados nesse corpo e nessa vida.
ETERNIDADE. Queremos ela, gememos por ela! Com Cristo viveremos porque ele vive! Seremos absorvidos pela VIDA ETERNA, muito embora já a vivamos espiritualmente! Esta maravilha nos é revelada nesses dias!
A vida eterna e a realidade celestial, não são meramente vindouras (escatológicas) apenas. Mas atuais, reais, acessíveis, possíveis e convidativas! Uma realidade desde sempre perpétua! Isto não é ideológico, é real!
Este é factualmente o Shabat (descanso) que precisamos e pelo qual gememos, ainda que incoscientemente!
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Diz o Senhor!
Shalom!
No amor de Cristo e cooperando com Ele, Kelvin.