sábado, 14 de agosto de 2010

Determinadamente

À todos os santos, discípulos, irmãos e amigos, a graça do nosso Senhor.
Saudades!
Eis um tempo determinado!
Estamos – eu e a Jú – em Curitiba, o que é contrário ao que havíamos planejado. Pretendíamos vir de Minas a Curitiba com nossas mudanças para posteriormente decolarmos para Paraíba, onde dedicaríamos nosso segundo semestre deste ano à congregação local, equipes ministeriais e implantação da escola.

 
Foram diversos os fatores que anteciparam nosso estabelecimento aqui, mas o principal deles foi nossa insegurança quanto ao subsídio financeiro para esta fase da missão. Não temos e nunca tivemos uma renda fixa. Nessa situação os mantenedores sempre são tentados a deixar de depositarem em nós, para suprirem ou realizarem outras causas, às vezes boas e outras nem tanto. Também não temos tido um compromisso firmado dos ministérios que nos assegurem um sustento para aluguel e outras despesas, muito menos para ter em abundância. À bem da verdade, pouca é a “associação da Igreja (pessoas membros) com nossas tribulações” (Fp 4: 15). Sobretudo, quero deixar bem claro que estes fatores não têm nenhum poder de determinar nosso ir e vir. Influenciam e atrapalham, mas não determinam. De anteriori, o motivador maior para nossa estadia em Curitiba, foi um direcionamento do Senhor.




Sabemos desde sempre que é Jeová quem nos sustenta e sustentaria continuamente, porém o óbvio é que por uma lei natural, Ele depende de pessoas - canais desobstruídos - para que façam esse repasse. Todavia, sensivelmente compreendemos que estes dias são “divisores de águas” pra nossas vidas, família e ministério! Eles pretendem nos comunicar algo e tudo isto nos fez refletir quanto a nossa vida pessoal e financeira.




Penso muito sobre os Negócios do Reino! Nele seus negociantes rentabilizam o máximo para conseqüentemente viabilizarem o Reino! De certa forma como previamente aconselhara John Wesley no século XVIII: “Ganhe o máximo que puder, economize o máximo que puder e dê o máximo que puder”. Mas o que vemos são cristãos buscando em primeiro lugar ganhar o máximo para então gozarem disso ao final. Amam e servem ao dinheiro! “Ninguém pode servir a Jeová e a Mamom”, como disse Jesus. Pois se amassem o Senhor, o serviriam também (Lc 16: 10-15). O cristão gasta mais com pizza e coca-cola do que oferta em missões. “O Reino não é comida nem bebida” (Rm 14: 17).




Temos uma consciência que não nos permite ser “pesados para a Igreja do Senhor” (2 Co 11: 9), muito embora esta mesma deva – partindo do mesmo princípio - ter responsabilidades para conosco e para com todos aqueles que se dedicam ao ensino e ao evangelho. Como diz Paulo: “estes são merecedores de dobrados honorários” (1 Tm 5: 17-18). É muito justo que a Igreja – que não é uma instituição - mas pessoas membros - se organizem também para subsidiar com bens naturais, aqueles que as provém de coisas espirituais e eternas, portanto superiores! Pois assim disse o apóstolo Paulo: “não sabeis que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E o que serve o altar do altar tira o sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1 Co 9: 1-11).




Nunca tivemos a intranqüilidade de requerer das Igrejas, escolas e dos projetos e discípulos, um salário ou uma renda fixa, décimo terceiro, plano de saúde, ou qualquer outra coisa que o valha, embora tenha totais convicções de que destas coisas sou muito digno, pois “acaso não são estes o fruto do nosso trabalho no Senhor? ... não temos nós o direito de comer e beber? ... de cuidarmos de nossas esposas? ... quem jamais vai a guerra à sua própria custa? Quem planta vinhas e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? ... Porque na lei de Moisés está escrito: ‘Não atarás a boca ao boi quando pisa o trigo’ Acaso é com bois que Deus se preocupa? Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre em fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida” (1 Co 9: 1-10). Porém, sempre fizemos a opção bíblica de “darmos de graça porque de graça recebemos” (Mt 10: 8), acreditando inocentemente que todos tivessem - por sua vez - a consciência de que “digno é o trabalhador do seu alimento” (Mt 10: 10), como disse Jesus.




No entanto, sentimo-nos como Paulo: “Até a presente hora... não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos, quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação, até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos” (1 Co 4: 11-13). O fato é que faltaram conosco. Deixaram-nos desprovidos, à mercê da sorte; aos olhos de muitos não fomos dignos nem do alimento. Contudo, “ai de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9: 16). Na mesma medida que assumimos nossa responsabilidade, todos deveriam assumir também as suas, afinal sirvo a uma igreja que deveria ser apostólica, deveria, mas não é! Prefere ser local, institucional, templista, denominacionalmente indiferente às necessidades do REINO e seu avanço e demasiadamente preocupada com seus assuntos e programações. Que falta de bíblia! Que religiosidade! Que domingueira! Que tristeza!




“Tudo podemos naquele que nos fortalece” (Fp 4: 13).




Enfim! Refletindo em todas estas coisas, paramos um pouco para analisar sobre a vida da nossa casa. Temos pensado melhor sobre como podemos ter sustento e ao mesmo tempo permitir que nossa missão continue. Sobre isto, o apóstolo Paulo recomendou a Timóteo que o presbítero deveria “governar bem a sua própria casa, afim de que isto o credenciasse a governar bem a casa do Senhor, igualmente” (1 Tm 3: 1-7). Originalmente o termo “governar” (oikonomo), sugere a idéia de governo econômico inclusive, isto é, o presbítero também precisa gerenciar financeiramente sua vida familiar. Isto pra mim é mais do que uma obrigação, é um direito! Eis-me aqui!




Sonhamos em ser bem sucedidos para assim abençoarmos nosso próprio ministério e também o Reino e seus servos (Gl 6: 10). Por isso estamos orando e buscando empreender em negócios rentáveis afim de sustentabilizar pessoalmente a nós, àqueles que estão conosco e os inúmeros projetos que a todo momento surgem cada vez que nos deparamos com as necessidades. Veremos o avanço do Reino!




Perdoem-me por relatar muito pouco da missão e do que têm sido feito. Estou desapontadíssimo! Ultimamente chego a acreditar que isto não interessa. Não sei com o que realmente estão preocupados!




Independentemente, nosso ministério continua em Minas Gerais, com a congregação local de Citrolândia (da qual sou presbítero) e a diakonia; os estudos bíblicos em BH; o seminário em Pequi no interior do estado (no qual sou presbítero); e à cobertura à Igreja de Ipatinga. E na Paraíba, com a base missionária do sertão paraibano; em João Pessoa com a congregação local (da qual sou presbítero); no apoio às equipes ministeriais; e na implantação da escola. Além disso, iniciamos também nosso funcionamento ministerial em Curitiba com discipulado e apoio à Igreja local. O que muda é que precisamos trabalhar para obtermos nosso sustento para afinal termos os mesmos direitos que todos os demais crentes, muito embora já os tivéssemos!




Doravante e em conformidade ao que havia sido dito pelo Espírito anteriormente: “Em 2010 fecham-se alguns ciclos e começam-se outros”. Da nossa parte, esperamos e trabalhamos para que seja mesmo assim, e sinceramente contamos com suas orações e profetizações.




No que formos úteis, contem conosco sempre!
Um forte abraço. Amamos a todos.
Shalom!




Curitiba, 11/08/2010, no amor de Yeshua e cooperando com Ele, Kelvin